Joseph Pilates foi um instrutor de educação física que migrou da Alemanha para os EUA em 1923. No começo do século XX, a maioria dos programas de exercícios trabalhava o desenvolvimento e fortalecimento dos músculos por meio de exercícios repetitivos, como flexões de braços e levantamento de pesos.
Pilates tinha uma abordagem mais holística, baseada em modelar o corpo e corrigir a postura com exercícios que se tornavam progressivamente mais difíceis. Executados de maneira lenta e com bastante concentração, os exercícios envolviam tanto a mente quanto o corpo.
“O exercício de Pilates tem como foco a simetria postural, o controle da respiração, a força abdominal, a estabilização da coluna, da pelve e dos ombros, a flexibilidade muscular, a mobilidade articular e o fortalecimento por meio da amplitude completa de movimento de todas as articulações, e não de grupos musculares isolados; o corpo todo é treinado, integrando os membros superiores e inferiores com o tronco. ”
Um programa de exercícios de condicionamento físico e mental, usando padrões de movimento claramente definidos. A ênfase está na qualidade do movimento e não na quantidade/volume de repetições.
Cada exercício de pilates tem um foco muscular (i. e., controle motor, flexibilidade e equilíbrio muscular) ou um objetivo. As áreas de foco trabalham em níveis progressivos diferentes para tornar possível à pessoa construir habilidade e coordenação enquanto realiza o exercício.
Os movimentos ou exercícios realizados seguem uma sequência precisa e definida, que incorpora um padrão respiratório particular aliado ao exercício controlado.
A avaliação postural é crucial como ponto de início para criar um programa de Pilates abrangente. O processo de avaliação pode adotar uma das seguintes abordagens:
1. Estática: indica desequilíbrios musculares ou alterações no comprimento do músculo (longo, fraco, curto ou tenso). A postura estática irá indicar áreas possíveis de se observar e, assim, modificar a qualidade do movimento e a habilidade de realizar o exercício.
2. Dinâmica: é testada durante o movimento em atividades específicas; exercícios dinâmicos ilustrarão qualquer padrão incorreto de movimento, ajudando assim a determinar os exercícios de pilates mais apropriados.
Os fatores que influenciam a postura incluem:
• condições hereditárias, i. e., sua constituição genética;
• posições habituais que você assume durante seu trabalho ou durante movimentos repetitivos, ou mudanças de alinhamento postural em resposta à natureza da atividade;
• fatores patológicos, i. e., associados à presença de uma doença;
• trauma, resultando em danos em tecidos ou ossos;
• equilíbrio muscular alterado, i. e., mudanças na interação entre músculos ou grupos musculares diferentes.
Quando aplicado na população idosa, o Pilates melhora a força e a mobilidade, que geralmente estão alteradas devido a presença de doenças degenerativas, como a artrite. O Pilates também auxilia na manutenção da pressão arterial, além de influenciar na calcificação óssea.
O método tem efeitos positivos quando utilizado em gestantes. Estas buscam o método devido a leveza dos movimentos, e através dele obtêm relaxamento e aumento na abertura da caixa torácica, devido à respiração. Além disso, por trabalhar a musculatura abdominal e do assoalho pélvico, há prevenção da diástese abdominal e da incontinência urinária.
O Pilates pode ser usado tanto no período pré-operatório quanto no pós-operatório de artroplastia de quadril e joelho. No primeiro período, o método ajuda a aumentar força, mobilidade e amplitude de movimento (ADM) da articulação acometida e das adjacentes; maximizando a função e flexibilidade. Após artroplastia total de quadril ou joelho, o método foi utilizado com os mesmos objetivos do período pré-operatório.
Pilates pode ser uma ferramenta eficaz para o fisioterapeuta na reabilitação, apresentando benefícios variados e poucas contraindicações. Mesmo quando estas existem, como é o caso da posição supino em gestantes, os exercícios podem ser realizados em outras posturas, sendo que pode ser utilizado pelo fisioterapeuta na reabilitação de diferentes populações e disfunções, sempre seguindo os princípios do método e respeitando as condições individuais.
O Coffito entende que o método Pilates é um dos muitos recursos cinésio-mecano-terápicos à disposição do fisioterapeuta, com vistas à promoção, prevenção e recuperação da saúde. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional entende que a prática clínica do Pilates exige um domínio técnico e científico acerca do método, por meio de aprimoramento profissional específico.
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REFERÊNCIAS
Massey, Paul. Pilates: uma abordagem anatômica; [tradução Andreia O. Bento Alves; revisão técnica Silvia Silva Gomes]. Barueri, SP: Manole, 2012
Reyneke, Dreas. Pilates moderno: a perfeita forma física ao seu alcance; [traduzido por Milena Gesteira Regis]. –Barueri, SP: Manole, 2009.