O Agulhamento Seco ou Dry Needling é uma técnica caracterizada pela inserção de uma agulha filamentar sólida, sem medicação, através da pele, para tratar várias disfunções, incluindo – mas não se limitando – a dor miofascial, o recrutamento muscular, o controle da dor musculoesquelética em geral, regeneração e recuperação de tecidos lesados e até mesmo quadros álgicos articulares.
Fisioterapeutas utilizam com o objetivo de liberar/inativar os pontos-gatilhos e diminuir a dor musculoesquelética, neuropática e articular. O Agulhamento Seco auxilia no controle da dor, reduz a tensão muscular, normaliza a disfunção bioquímica e elétrica de placas motoras, facilitando um retorno acelerado da função.
Um ponto gatilho miofascial (PGs) tem sido descrito como um ponto hiperirritável localizado em uma faixa tensa dentro do músculo que é doloroso à palpação ou à compressão– (os pontos gatilhos são pontos ou nódulos palpáveis e irritáveis dentro de uma banda tensa do músculo esquelético ou da fáscia (geralmente com baixa resistência e sensibilidade aumentada), que causa dor referida, sensibilidade local e alterações autonômicas quando estimulados). Eles geralmente ocorrem nos músculos do pescoço e do ombro, com maior frequência no trapézio e o uso do Dry needling (DN) em PGs pode efetivamente reduzir a dor e a sensibilidade, aumentar o fluxo sanguíneo local, restaurar a amplitude de movimento, normalizando assim a função motora.
O agulhamento é tipicamente seguido por exercícios de alongamento ou ajustes ergonômicos com a finalidade de restabelecer o movimento de maneira completa e indolor, evitando, assim, recorrências.
As agulhas geralmente são feitas de aço inoxidável e esterilizadas com um cabo de cobre ou alumínio, devendo ser suficientemente flexíveis para evitar a quebra que poderia ocorrer devido ao espasmo muscular após a inserção. Entretanto, previamente a introdução da agulha, deve-se promover a limpeza da região do corpo do indivíduo a ser aplicada com álcool ou um material antisséptico.
Faz a sua atuação de forma local, operando como anti-inflamatório de ação sistêmica, uma vez que nesse processo há liberação de substâncias que melhoram a dor, promovendo assim a analgesia do paciente acometido pela síndrome de dor miofascial.
DN não deve ser administrado nos casos em que o paciente apresente fobia a agulha, relutância a técnica; impossibilidade ou não consentimento; uso de anticoagulante; trombocitopenia e em área ou membro com linfedema. A técnica possui contraindicações relativas como sangramento anormal, doença vascular, diabetes mellitus, gravidez, doentes frágeis, epilepsia, alergia a metais ou látex, crianças e indivíduos que tomam certos medicamentos.
DIFERENÇAS ENTRE DRY NEEDLYNG E ACUPUNTURA
A prática do Agulhamento Seco não deve ser confundida com a da Acupuntura, podendo ser diferenciadas em termos históricos, contexto filosófico, indicativo e prático.
O Agulhamento Seco utilizado por fisioterapeutas é baseado na neurofisiologia, neuroanatomia e estudo científico moderno do sistema nervoso e musculoesquelético. Embora uma agulha de acupuntura seja usada, a terapia é baseada no raciocínio tradicional da medicina ocidental.
A Acupuntura, por sua vez, segundo a Sociedade Brasileira de Fisioterapeutas Acupunturistas – SOBRAFISA, a Associação Nacional de Fisioterapia em Quiropraxia – ANAFIQ, e a Associação Brasileira de Práticas Integrativas e Complementares – ABPIC, apresenta currículos de cursos de formação/especialização em Acupuntura baseados nas antigas teorias, princípios, e práticas da Medicina Tradicional Chinesa – MTC.
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REFERENCIAS
https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=5153#more-5153
Siqueira, Mauriele A. S. de. Evolução da técnica de Dry needling no Brasil.