Terapia Manual – Mobilização Neural

A hoje chamada terapia manual passou a ser na atualidade um importante componente na intervenção de doenças ortopédicas e neurológicas, sendo considerada uma área de especialização da fisioterapia. Continuando sobre os conceitos da terapia manual, vamos aprofundar um pouco mais sobre outros modos de se entender e como realizar a terapia manual.

 

A mobilização neural é uma técnica que mobiliza o sistema nervoso periférico, de modo que se faz necessária a revisão de todo o sistema nervoso, a fim de rever a função e as partes de um nervo. Já vimos um pouco sobre a importância e as bases da mobilização neural e você pode conferir mais em https://bit.ly/3m8nH9O. Agora vamos aprofundar um pouco mais sobre como usar a mobilização neural no seu atendimento.

 

O sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos, que são capazes de captar informações do ambiente e as conduzir ao sistema nervoso central, onde são traduzidas em movimento ou secreção glandular. Graças às ações nervosas, podemos nos movimentar e realizar as tarefas diárias.

 

As lesões do sistema nervoso periférico podem ser ocasionadas em qualquer região do corpo humano, desde as raízes nervosas até sua terminação no tronco e nos membros, e podem ser geradas por sobrecargas, acidentes, compressões por estruturas corporais ou até mesmo pelo estresse.

 

Para que possamos nos movimentar e realizar atividades, o nosso sistema nervoso também precisa se mover, e, ao movimentarmos um membro, por exemplo, antes que ocorra a tensão no próprio nervo, ocorre uma movimentação de todo o nervo periférico e dos tecidos neural e conectivo.

 

Todas as estruturas do corpo são inervadas, e, graças a essa inervação, são gerados os movimentos dos segmentos corporais. Assim, em casos de lesões nervosas, os membros podem ficar comprometidos, impossibilitando que o indivíduo realize as suas atividades. 

 

A mobilização neural é aplicada por meio de movimentos realizados pelo fisioterapeuta, os quais causam tensionamento ou deslizamento do nervo, a fim de restaurar suas funções elásticas e viscoelásticas (LIMA et al., 2013).

 

O sistema nervoso pode se adaptar a uma ampla série de movimentos impostos a ele pelas atividades diárias, e isso se deve às suas propriedades elásticas, que lhe conferem a capacidade de se alongar e se encurtar de acordo com os movimentos dos segmentos corporais. Esse sistema consegue transmitir impulsos nervosos ao mesmo tempo que se adapta mecanicamente aos movimentos.

 

A tensão neural adversa (TNA) ocorre quando a neurodinâmica está alterada, ou seja, quando as propriedades mecânicas e fisiológicas não estão funcionando adequadamente. Desse modo, a TNA apresenta uma resposta mecânica e fisiológica anormal quando a amplitude de movimento do sistema nervoso é testada (VASCONCELOS; LINS; DANTAS, 2011; BARBOSA; LEAL, 2015).

 

Os nervos podem ser traumatizados e, consequentemente, lesionados, gerando perda e diminuição da sensibilidade e da motricidade na região inervada por eles (VASCONCELOS; LINS; DANTAS, 2011). O sintoma mais comum relatado pelo paciente é a dor, que pode também estar acompanhada de parestesia, relacionada à diminuição da força muscular, e paresia, relacionada à sensação de formigamento (KISNER; COLBY, 2016). O fisioterapeuta, ao examinar o paciente, deve dar atenção aos sintomas relatados por ele e ser capaz de identificar e interpretar os sinais positivos para TNA constatados pelos testes realizados.

 

Os testes neurodinâmicos incluem a aplicação de um conjunto de movimentos passivos, para testar a capacidade de adequação do tecido neural a diferentes posições funcionais (VASCONCELOS; LINS; DANTAS, 2011).

 

A técnica de mobilização neural é aplicada para restaurar os movimentos e a elasticidade do sistema nervoso, sendo caracterizada por exercícios que podem ser deslizantes ou tensionantes (BARBOSA; LEAL, 2015)

 

Na técnica de deslizamento neural, são realizados movimentos oscilatórios na extremidade distal do membro. Na mobilização neural, é aplicada uma tensão aos tecidos nervosos ou nervos por aumento da distância entre cada extremidade ao longo destes. Nessa técnica, além de das articulações serem movimentadas, o tecido nervoso é utilizado para aplicar tensão ao nervo.

 

Nos exercícios tensionantes, apenas uma articulação é movimentada, provocando alongamento neural, ou seja, o nervo é colocado em tensão, que é brevemente mantida. Antes de realizar a mobilização neural, o paciente é posicionado de acordo com o teste provocativo a ser aplicado. Em seguida, é mantido um alongamento do membro, com aplicação de uma tensão, e, após o resultado de positividade do teste a partir dessa posição, é realizada a mobilização neural.

 

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Referências

Vasconcelos, Gabriela Souza de Recursos terapêuticos manuais [recurso eletrônico] / Gabriela Souza de Vasconcelos, Noura Reda Mansour e Lucimara Ferreira Magalhães ; revisão técnica: Diego Santos Fagundes. – Porto Alegre : SAGAH, 2021.

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